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A arte sempre fez parte da vida de Alana Martiniano, uma jovem escritora, compositora e musicista recifense de 22 anos. Influenciada por seu pai, José, ela encontrou na expressão artística um meio de traduzir emoções e realidades. Para a artista, a arte representa um refúgio em meio à agitação cotidiana—uma força vital sem a qual não haveria espaço para o pensamento, a iluminação ou a inspiração. Seu processo criativo se manifesta a partir do cotidiano, convertendo experiências e percepções em melodia, poesia e manifestação cultural.
A seguir, nós entrevistamos Alana a respeito da sua mais recente criação: a canção Entre o Mar e o Sertão, que está diretamente ligada ao curta-metragem de mesmo nome, com o objetivo de traduzir sonoramente a relação entre o ser humano e a natureza.
Fique até o final da entrevista para uma surpresa especial.

Para iniciar nossa conversa, perguntamos a Alana sobre a inspiração por trás da música "Entre o Mar e o Sertão" e como esse processo se desenrolou.
Alana: A inspiração para "Entre o Mar e o Sertão" veio da ideia do sertão virar mar, em referência à música Sobradinho, interpretada por Chico César. Antes de compor, mergulhei no tema: escutei a canção, assisti a entrevistas e absorvi cada detalhe. Mas, mais do que isso, me conectei com o sentimento profundo de que o sertão é berço de inúmeras histórias e vidas—e que tudo isso pode simplesmente desaparecer. Me colocar nesse lugar de perda foi um processo intenso e consciente.
E como foi o processo de criação? Imagino que transformar essa ideia em algo sonoro tenha sido desafiador.
Alana: Como falei anteriormente, foi um processo intenso, e até sensorial, eu diria. Busquei me conectar com a ideia de pertencimento, de como a natureza é parte essencial do nosso ser, mas ao mesmo tempo não é "parte de nós" porque não fomos ensinados a cuidar dela e a apreciar todos os presentes que ela nos dá, e em paralelo, deixei que os sons ao meu redor — do vento, dos pássaros — fossem me adentrando a energia do que precisava ser dito. Foram momentos de bastante reflexão e contato com as ideias de pertencimento a esse ambiente.
Falando em melodia, ela é super marcante! Quais foram as influências musicais na composição?
Alana: As influências vieram diretamente das sonoridades do sertão pernambucano. Busquei referências na música de marcação, nos timbres crus dos instrumentos de corda e nos coros que evocam quase um clamor, um pedido de socorro. Elementos do baião, do coco de roda e do aboio se entrelaçam na canção, criando uma atmosfera que complementa a narrativa do filme.
Muito interessante! Porque a música não está ali só como trilha, ela dialoga com a proposta visual e narrativa. Qual foi o maior desafio na composição?
Alana: O roteiro do filme foi criado primeiro, seguido pela música e, por fim, pelas gravações visuais. Elle me contou sobre a locação e a proposta, e eu li o roteiro várias vezes, buscando absorver cada detalhe. Equilibrar minha identidade musical com a essência do filme, compondo algo que não tinha sido, até o momento, relfetido por mim, foi algo que achei que bloquearia um pouco a fluidez do processo, mas pelo contrário, as ideias foram simplesmente surgindo, e foi bem dinâmico. Quis criar algo em que, não apenas dialogasse com a narrativa, mas que se encaixasse de forma natural, quase orgânica, na atmosfera da obra.
E a letra é muito poética e visceral ao mesmo tempo, com trechos como "terra vira lama, lama vira mar" e "não tem mais terra pra pisar". Você acredita que a arte, especialmente a música, pode influenciar mudanças reais na sociedade?
Alana: Com certeza. A arte tem esse poder de mexer com os sentimentos, pensamentos e nos conectamos com as pessoas, com o mundo. E a música tem um poder de transformar tudo isso em melodias e palavras, e cada tema, cada universo particular, sente de formas diferentes, justamente por termos sendo crítico e vivências únicas. Trazendo esse tema — a perda, a resistência e a fé do sertão — não apenas desperta sentimentos, mas também reflexões, debates, trazendo um foco pra algo que não pensamos tanto, a não ser que um gatilho externo nos traga para essa realidade. Esse é o papel da arte.
Falando nisso, como você enxerga o papel da música como ferramenta de ativismo?
Alana: A música chega em todo o lugar...poderíamos criar uma matéria com inúmeros dados sobre mudanças climáticas, sobre o quanto o sertão — não só ele — vem sendo afetado pelas destruições que nós mesmos causamos, mas nem todo mundo se interessaria em ler. Quando transformamos esses dados em letra e sons, tornamos a mensagem mais íntima, mais humana. A música traz visibilidade e empatia para esses temas tão importantes, gerando reflexão, e a partir dela, a mudança.
Para você, qual é a importância de projetos como esse para o cenário cultural brasileiro?
Alana: Resgatar e valorizar nossas raízes é o cerne do que propomos com esse e outros projetos. Abrimos espaço para discutirmos e aprofundarmos o que precisa de um olhar mais atento. Não só no cinema, na música, mas também no teatro, na poesia, na pintura, e em tantos outros tipos de arte existentes. Temos uma história extremamente forte no Brasil, então é necessário que se mantenha viva nossa história, nossa diversidade, nossa política, e mais importante, nossa resistência. É um lembrete necessário de que precisamos estar em constante contato, de que não podemos esquecer.
O que o público pode esperar dessa música? E o que você espera que sintam ao ouvi-la e ao assistir ao filme?
Alana: Sensibilidade com o tipo de crise que estamos abordando, é como se fosse uma súplica ecoando no espaço. Espero que quem assista sinta a força do tempo — que não é muito —, empatia e que a consciência desperte. E que ao mesmo tempo, mesmo diante das adversidades, que a beleza da história seja enaltecida. Que nos juntemos às causas que importam.
E tem algum detalhe ou curiosidade sobre a música que você gostaria de compartilhar?
Alana: Não ironicamente, no dia em que gravei os violões, estava chovendo um pouco, e a chuva parecia trazer uma sensação de calma, como se estivesse alinhada com o momento, suavizando as preocupações que surgiram durante a produção da música.
Muito massa! Agora, me conta um pouco sobre seus próximos projetos e sonhos como artista.
Alana: Por enquanto, estou produzindo um livro com escritos meus, que vão de diversas épocas da minha vida, refletindo pensamentos e poesias. Está sendo um processo muito gostoso e, ao mesmo tempo, desafiador, pois é uma nova forma de me expressar, algo que ainda não havia mostrado. Será um projeto independente, ilustrado por Cecília Gonçalves, que também faz parte da produção de Entre o Mar e o Sertão e do Aceite o Mistério, que traz toda a sua sensibilidade para o trabalho. E claro, sigo com os projetos incríveis com essa equipe maravilhosa! Aguardem muitas coisas boas por aqui, pois estamos trabalhando para entregar o nosso melhor pra vocês. Tudo tem sido feito com muito sentimento.
Para finalizar, você poderia compartilhar suas redes sociais para que o público possa acompanhar seu trabalho? E claro, para aqueles que chegaram até aqui, qual é a surpresa especial?
Alana: Meu Instagram é @alanamartiniano_ e fico muito feliz em divulgar que a música "Entre o Mar e o Sertão" estará disponível antes mesmo do curta-metragem estrear. Dia 16/02 vocês poderão ouvir nosso som nas plataformas digitais, rede social do projeto e em nosso site oficial aceiteomisterio.com
Esperamos que tenham apreciado a entrevista.
A seguir, disponibilizaremos a rede social da artista Alana Martiniano para que possam segui-la e acompanhar seu trabalho. Além disso, compartilharei uma nota especial sobre a importância de uma artista tão sensível quanto Alana. E, por fim, REVELAREMOS NOSSA SURPRESA MAIS DO QUE ESPECIAL PARA VOCÊS!
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Nota
Para finalizar essa entrevista, preciso deixar registrado algo muito especial: minha admiração pelo trabalho de Alana. ✨
Tive e tenho o privilégio de acompanhar de perto sua sensibilidade artística, sua entrega e o cuidado com cada detalhe das suas composições. Alana tem um talento raro de transformar sentimentos em melodias, histórias em canções que tocam a alma. Sua música não é apenas som—é vivência, é verdade, é resistência.
"Entre o Mar e o Sertão" não seria o mesmo sem ela. Sua poesia nos conduz por um caminho de emoções profundas, e tenho certeza de que todos que ouvirem sentirão essa conexão tão forte que ela imprime em tudo o que faz.
Alana, sua arte inspira e emociona. Que esse seja apenas mais um dos muitos projetos lindos que ainda virão!
LANÇAMENTO OFICIAL

ai que coisa mais linda!!!! foi maravilhoso participar desse projeto incrível! 😍